Escola de Baques

O projeto Escolas de Baques promove práticas educativas musicais com foco no patrimônio regional acreano, atuando no ensino informal com mestres tradicionais e suas escolas orais, integrados ao estudo universal. A proposta é contribuir no direito às próprias heranças culturais e na salvaguarda dos bens imateriais que estão ameaçados de extinção junto ao bioma que representam: a Amazônia. Desenvolver os protagonismos das culturas locais em educação musical.

Esta iniciativa de ensino musical surgiu durante o período de isolamento social ocasionado pela Covid-19, no início do segundo ano de pandemia a comunidade do bairro Irineu Serra em Rio Branco/AC se dividiu naturalmente em “bolhas” de convivência delimitada pelos quarteirões da vila, onde se encontra a sede do Baquemirim. Nesta região residem cerca de 40 crianças e jovens menores de 16 anos, que estavam manifestando situações de estresse psicológico devido à pandemia entre outros fatores sociais estruturais.

A partir de 2023, o projeto passou a atender a juventude indígena em contexto urbano oferecendo aulas na região central da capital acreana, contribuindo com o intercâmbio e continuidade dos saberes tradicionais a partir da música.

A partir do ensino universal de música e de uma metodologia baseada nos saberes de mestres(as) tradicionais da música, esta iniciativa tem se apresentado cada vez mais significativa e necessária para a valorização e transmissão das matrizes e expressões culturais do estado do Acre aliadas ao ensino teórico e prático da música.

As aulas no polo Irineu Serra envolvem o estudo de instrumentos de corda (acordes, escalas), percussão (baques, técnicas para extração de som e timbre), flautas doce, canto, assim como no desenvolvimento dos conceitos de dinâmica, forma, estrutura e divisão rítmica.

Já as aulas no polo Juventude Indígena vem atender os povos originários com o objetivo contribuir para que as novas gerações recuperem e registrem (com suporte técnico) sua a musicalidade ancestral e consigam inseri-la com mais propriedade e autonomia na prática contemporânea.

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