20 de junho de 1932 – Rio Branco 2022
Tefé | Amazonas
Soldado da borracha, iniciou na música aos 10 anos de idade acompanhando o mestre em sanfona harmônica José Pedro, sendo um dos músicos de mais longa carreira no estado do Acre. Desde criança trabalhou nos seringais do Alto Envira, situado no município de Feijó, da vivência com a musicalidade daquela época assimilou elementos únicos dentro da linguagem musical chamada de “Baques” por ele e seus conterrâneos, e que envolve os ritmos nativos indígenas misturados com ritmos nordestinos e de outros estados da região norte do Brasil,
sendo um preservador de vasto repertório de compositores nativos e migrantes nos rios Envira e Purus, da música nordestina antes de Luís Gonzaga e choros lundus interpretados para violão solo. Toca seu instrumento diariamente e usa técnicas musicais características do tempo do 1º ciclo da borracha onde são realizadas todas as funções (solo, contracantos, acompanhamentos e efeitos) solando com a unha do polegar direito (alça puia). Mestre reconhecido do Patrimônio Imaterial do Acre sendo uma rica fonte de saberes, participa de simpósios e conferências internacionais na Universidade Federal do Acre e também é tema de pesquisa em cursos de mestrado da Universidade de Campinas. Participou do álbum musical “Baque do Acre” em suasduas edições e desde 2010 tem se apresentado em shows e eventos culturais através do projeto de Educação Patrimonial do Baquemirim, por diversas vezes acompanhado de seu compadre Antonio Pedro e também com banda própria. Após a morte de Antonio Pedro, Bima manteve em atividade a Banda Uirapuru, por eles iniciada. Homem da floresta, preserva outros saberes nativos envolvendo confecção de tarrafas, pandeiros de sapopema de apuí e borracha, artigos de caça, pesca e construções em madeira.
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