Rio Andirá, 1934 – Alto Santo, 2019
Boca do Acre | Amazonas
Aprendeu a tocar violão aos 17 anos de idade quando morava no Seringal Natal, tendo vivido também nos seringais dos rios Purus e Antimarí, foi um homem de diversas habilidades. Foi solista, percussionista, contador de histórias, luthier de instrumentos de borracha, cantor, sanfoneiro, também apto no cavaquinho, violão e em sanfona harmônica, fazia pífanos de taboca, tambores e compunha versos. Filho de pai cearense e mãe paraense, cortou seringa desde criança. Na floresta, tocou em festas e bailes que começavam no final da tarde e perduravam a noite toda, sendo um preservador do repertório musical oriundo dos seringais com obras que abrangem desde o primeiro ciclo da borracha até meados dos anos 70. Ainda na infância conheceu os baques em suas diversas variantes, danças como a desfeiteira, o xerém e instrumentos musicais como o espanta-cão – percussão tradicional no estado do Acre. Aos 10 anos de idade começou a cortar seringa, tendo trabalhado como noteiro, comboeiro e nas navegações. Em 1957 vai para a cidade de Rio Branco, capital acreana, para emissão de seus documentos pessoais e acaba por ficar na cidade, onde trabalhou como marreteiro e em madeireiras. Aos 43 anos conhece a comunidade ayahuasqueira do Alto Santo, fundada pelo Mestre Raimundo Irineu Serra, onde inicia-se na caminhada espiritual e recebe o hinário Eu venho lá das alturas. Ali, casa-se com dona Veriana Brandão, cunhada do sr. Leôncio Gomes da Silva, presidente da instituição. A partir de 2008 passa a integrar a banda Uirapuru, junto com Antônio Pedro e Seu Bima, com quem passou a se apresentar no meio cultural da cidade e também em ações da Universidade Federal do Acre.
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