Francis Nunes

Vale do Juruá, extremo ocidente brasileiro
Mâncio Lima | Acre

A poética de sua música é uma voz de crítica social sob o olhar da floresta, dos colonos e dos indígenas. Seu pai convivera por décadas com os indígenas Papavô, etnia dada como desaparecida e que era temida pelos genocidas a mando dos seringalistas. Cresceu aprendendo acerca das culturas indígenas da sua região e participando das manifestações culturais do Reisado, Marujada, Pastoril entre outras. Aos 20 anos de idade mudou-se para Rio Branco, onde por décadas foi pioneira nas produções artísticas tanto de sua obra musical quanto de 

parceiros como Helio Melo, Da Costa, Pedro Sabiá, Monteirinho, Maestro Sandoval, João do Bandolim e outros. Realizava eventos musicais com objetivo de caridade para o hospital psiquiátrico, colônias de hansenianos, orfanatos, atuou em escolas, e é compositora de mais de 4.000 canções, dezenas de peças de teatro e artes híbridas autorais em forma de folguedo. Na década de 1990 desenvolveu forte intercâmbio com o meio musical de Porto Alegre no Rio Grande do Sul produzindo alguns álbuns e shows em parceria com Mary Terezinha e Teixeirinha Filho, integrando Monteirinho e João do Bandolim com Renato Borghetti e Plauto Cruz. Mesmo com alguns ritmos desconhecidos pelos sulistas o resultado consegue demonstrar parte da linguagem e identidade musical acreana.

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