Tarauacá | Acre
A música de Txai Macedo é uma viajem antropológica ainda muito executada em diversas aldeias acreanas, com as quais mantém uma relação muito íntima devido ao seu legado revolucionário e cultural. Trabalhou como seringueiro e foi pioneiro nas revoluções sociais pela floresta através do movimento conhecido como “tomada dos barracões” onde aliado a antropólogos ligados à FUNAI concretizavam juntamente com as comunidades indígenas a demarcação de suas terras, reconquistando seus locais de origem. O movimento inspirou líderes como Chico Mendes a se organizarem para juntos fundarem a União/Aliança dos Povos
da Floresta. Durante estas demarcações, muitos indígenas tinham pouco contato com a ancestralidade de sua cultura, perdida em meio a anos de cativeiro seringalista. Txai Macedo iniciou ações de musicoterapia nestas aldeias, conseguindo muitos instrumentos musicais, na maioria violões, para distribuir nas mesmas para incentivar esses recomeços. Em 1988 na ocasião do assassinato de Chico Mendes, Macedo também ficou na lista dos assassinos, vindo a ser amparado por organizações internacionais de direitos humanos para refugiar-se por 2 anos nos EUA. Lá, gravou seu álbum “A voz da floresta” com 10 canções autorais que trazem a essência do índio seringueiro, mesclando português com Hatxá Kuin, a língua da etnia Huni Kuin, nos ritmos nativos de baques de samba e marcha, e outros como valsas. Atualmente executa diversos projetos na área de sustentabilidade indígena, criou a Fundação TXAI e está gravando sua obra musical em parceria com a escola estadual de cultura Usina de Arte em Rio Branco.
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